Legado de Guimarães Rosa em foco
- Carlos Andrei Siquara // Jornal O Tempo
- 11 de jul. de 2016
- 2 min de leitura

CARLOS ANDREI SIQUARA
Em sua 28ª edição, a Semana Roseana, que vai acontecer de hoje a sábado em Cordisburgo, terra natal de Guimarães Rosa, vai comemorar a trajetória e a obra do autor por meio de uma programação centrada em contação de histórias, palestras, exposições, além de caminhadas literárias. Desta vez, as ações são inspiradas no romance “Grande Sertão: Veredas”, que completa 60 anos.
Ronaldo Alves, diretor do Museu Casa de Guimarães Rosa, que organiza o evento, ressalta como o título permeia os diversos encontros. “Nós buscamos fazer uma relação com ‘Grande Sertão: Veredas’ em diversos aspectos. Por exemplo, todas narrações que serão feitas pela equipe do Grupo de Contadores de Estórias Miguilim terão como base o conteúdo do livro”, diz.
A apresentação das professoras Eneida Maria de Souza e Walnice Nogueira Galvão, prevista para esta quinta-feira, também terão com ponto de partida análises baseadas na importância desta ficção. “Elas são duas grandes especialistas e estudiosas da literatura do escritor, então, deverão trazer leituras que vão enriquecer os diálogos com a obra”, firma.
Alves também ressalta a realização de oficinas que propõem ampliar o entendimento dos escritos de Rosa e de revisitar referências literárias capazes de inspirar ações práticas. “Nós vamos ter um encontro com o professor Luiz Cláudio Vieira de Oliveira que servirá como uma introdução ao universo literário roseano. Ele é um convidado que já a algum tempo vem se esforçando para cada vez mais levar pessoas a mergulhar na literatura. A outra oficina será de bordados a ser ministrada pelo O Grupo da Terceira Idade Estrelas do Sertão, que também vão se basear em paisagens e temas que se refletem no conteúdo dos livros de Guimarães”, diz.
As artes visuais também vão estar contempladas por meio das exposições “Ave, Sertão”, de Dilce Laranjeira, e “Acervo Disseminado – Potes do Sertão”, de Inês Antonini e Liliane Dardot. Alves explica que a primeira compôs uma série de aquarelas, a partir de uma pesquisa centrada nas aves encontradas em “Grande Sertão: Veredas”. “Já a mostra de Liliane Dardot e Inês Antonini lidam com a questão da memória. Em junho elas vieram a Cordisburgo e coletaram vários potes que antigamente eram usados para colocar água e são feitos de argila. Durante essa pesquisa, elas também entrevistaram várias pessoas que ainda mantêm esse hábito. A água guardada nesses recipientes podem ser usadas tanto para beber, quanto para cozinhar. Mas o interessante nesse processo foi ter acesso às memórias das pessoas e aos costumes que elas relataram em torno dessa prática”, acrescenta Alves.
No dia 15, na área externa do museu, onde estará montada a instalação, as pessoas entrevistadas vão estar no museu. “A ideia é promover um bate-papo com cada uma delas, revivendo esses causos”, conclui o diretor.
AGENDA
O quê. 28ª da Semana Roseana
Quando. De hoje a 16
Onde. Cordisburgo
Quanto. Gratuito
Programação completa: www.cordisburgo.mg.gov.br
Fonte: Jornal O Tempo
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